TEA: 1:36?

Recentemente o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos publicou o resultado de pesquisa sobre a prevalência (número de casos de uma determinada doença em um local em um período de tempo determinado) do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) como sendo de uma em cada 36 pessoas com idades variando de 3 a 17 anos.

Quando olhamos para a prevalência dessa condição em períodos anteriores, notamos que houve um aumento exponencial nesses números. Mas, uma crítica que se faz ao CDC é a de que os autores não discutem as possíveis causas desse aumento.

Se aceitarmos como exata essa nova estimativa, penso que vale a pena tentar justificar esse aumento.

Um primeiro aspecto que poderia ser invocado é o de que o próprio conceito de TEA se modificou muito nos últimos anos. O que se admite hoje na definição do Espectro é, de longe, muito diverso do quadro clínico descrito por Kanner e por Asperger. 

Me parece óbvio que, quando você aumenta o tamanho do “guarda-chuva” TEA, cabe ais gente embaixo dele. Dessa forma, acredito que casos que hoje são diagnosticados como TEA nível 1 não teriam esse diagnóstico alguns anos atrás.

Outra possível explicação é que, à medida que essa condição passou a ser muito mais conhecida, passou também a ser mais reconhecida.

Como admitimos hoje, o TEA é uma condição multifatorial em que estão presentes fatores genéticos bem como ambientais. Ora! Se pudermos identificar fatores ambientais que têm aumentado nos últimos anos, talvez possamos explicar melhor o aumento nos diagnósticos de TEA.

Alguns fatores ambientais têm sido implicados como agentes que aumentam o risco do nascimento de crianças que apresentarão sinais e sintomas do TEA: obesidade materna, infecções durante a gestação, uso de medicamentos anticonvulsivantes (acido valpróico) e antidepressivos (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) são alguns dos fatores que já foram relacionados a risco aumentado para o TEA nos produtos dessas gestações.

Me parece que este assunto (aumento no número de diagnósticos de TREA) ainda merece ser mais bem esclarecido, pois restam muitas perguntas sem resposta convincentes.

10 de dezembro de 2024
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com impacto direto em suas vidas e na de suas famílias. Entender os aspectos que envolvem o TEA é essencial para profissionais de saúde, educadores e para todos os que desejam fazer a diferença na sociedade. Pensando nisso, o Dr. Salomão desenvolveu um curso 100% online e gratuito que oferece uma abordagem clara, prática e detalhada sobre o tema. O que o curso oferece? Este curso foi cuidadosamente planejado para proporcionar uma experiência de aprendizado rica e acessível, com: Carga horária completa: 8h57min de aulas divididas em 16 módulos. Formato acessível: Todo o conteúdo é online, permitindo que você estude no seu ritmo, de onde estiver. Conteúdo atualizado: Desde os registros históricos do TEA até os desafios e perspectivas futuras, o curso traz uma visão abrangente e pragmática sobre o tema. Quem pode se beneficiar? O curso é ideal para profissionais das áreas de saúde e educação, como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e professores. Mas também é indicado para pais, familiares e pessoas que desejam compreender melhor a condição para aplicar o conhecimento em seu dia a dia. Por que este curso é importante? O TEA ainda é alvo de muitas dúvidas, estigmas e desinformação. O curso busca desmistificar a condição e oferecer ferramentas práticas para que os participantes possam: Reconhecer os sinais do TEA em diferentes idades. Compreender os desafios enfrentados por pessoas com TEA e suas famílias. Contribuir para a inclusão e o suporte adequado em diferentes contextos. Como se inscrever? As inscrições são simples e rápidas! Acesse o link abaixo e garanta sua vaga: https://materiais.schwartzman.com.br/inscricao-curso-transtorno-do-espectro-do-autismo-tea
Por Gustavo Grandjean 18 de outubro de 2024
A Síndrome de Rett é uma doença neurológica rara, causada por uma mutação genética, que afeta principalmente meninas. Em casos raros, pode ocorrer em meninos, mas, nesses casos, geralmente leva ao não nascimento da criança devido à gravidade da condição. Os sinais da síndrome se manifestam por volta do primeiro ano de vida, quando a criança começa a perder progressivamente suas funções motoras e cognitivas. Após um período inicial de desenvolvimento normal, as crianças com Síndrome de Rett passam a apresentar movimentos involuntários ou repetitivos, especialmente com as mãos, além de dificuldades para andar e falar. Uma característica marcante dessa síndrome é a perda de habilidades motoras e de controle sobre os movimentos, que afeta a capacidade de realizar atividades cotidianas. Além disso, a comunicação verbal é prejudicada, fazendo com que muitas das palavras aprendidas sejam esquecidas. No entanto, um detalhe crucial é que, apesar dessas dificuldades, o olhar das crianças com Síndrome de Rett é profundamente comunicativo, sendo uma via importante para expressar emoções e desejos. Tratamento: O Avanço Promissor, Mas Ainda Desafiador Até recentemente, o tratamento da Síndrome de Rett era focado apenas no manejo dos sintomas, sem medicação específica para a doença. Em março de 2023, uma notícia trouxe esperança: o medicamento DAYBUE (trofinetide) foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, como o primeiro e único tratamento específico para a Síndrome de Rett. Embora DAYBUE tenha demonstrado potencial para melhorar alguns dos sinais e sintomas da síndrome, seus efeitos ainda são considerados modestos, e o custo elevado do tratamento limita seu acesso para muitas famílias. Mesmo assim, essa aprovação representa um avanço significativo no combate à doença, abrindo portas para novos estudos e tratamentos mais acessíveis no futuro. Estratégias de Comunicação e Aprendizado Lidar com crianças com Síndrome de Rett é um desafio constante, tanto para os pais quanto para os profissionais de saúde. Entretanto, com as estratégias corretas, é possível promover o desenvolvimento dessas crianças e melhorar sua qualidade de vida. Uma das abordagens mais eficazes envolve a criação de sistemas de comunicação alternativos, adaptados para cada criança. Esses sistemas podem incluir placas com desenhos ou palavras que ajudem a criança a expressar suas necessidades e desejos. É importante lembrar que, embora a fala seja comprometida, o olhar dessas crianças permanece um poderoso meio de comunicação. Com o acompanhamento adequado, as crianças podem aprender a usar esses sistemas para interagir de forma mais eficiente com o mundo ao seu redor. Conclusão A Síndrome de Rett ainda impõe grandes desafios, tanto no diagnóstico quanto no tratamento. No entanto, os avanços no campo da medicina, como o desenvolvimento do DAYBUE, mostram que estamos caminhando na direção certa. Enquanto isso, as estratégias de comunicação, como o uso de sistemas simples e o aproveitamento do olhar expressivo das crianças, continuam sendo ferramentas essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. Com o suporte adequado, é possível construir uma rotina que, apesar das limitações, valorize cada conquista e permita que a criança explore o mundo ao seu redor da melhor maneira possível.
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