O Aluno que não Aprende

Estima-se que cerca de 40% das crianças em idade escolar apresentem algum nível de dificuldade em desempenhar adequadamente as tarefas propostas pela escola.


Importante assinalar que não há uma causa comum que explique por que tantos alunos não conseguem aprender, e temos que levar em conta que fatores múltiplos podem estar presentes.


Alguns alunos não aprendem por causas diretamente ligadas às escolas: currículos que não levam em conta diferenças individuais na forma como aprendemos, modelos escolares que não atendem a todas as formas de ser das crianças, e mesmo professores pouco capacitados.


Não podemos nos esquecer de levar em conta a possível presença de doenças crônicas como um fator importante.


Crianças advindas de ambientes familiares que não priorizam a educação e que, portanto, não exercem a parceria fundamental entre escola e família podem apresentar mal aproveitamento acadêmico.



A presença de algumas condições (deficiência intelectual, transtorno do espectro do autismo e TDAH, para citar alguns exemplos) deve ser investigada, e, quando presentes, os procedimentos adequados a cada uma dessas condições deverão ser implementados, incluindo-se possíveis adaptações curriculares.


30 out., 2023
Parcela substancial da população apresenta níveis de inteligência inferiores aos considerados normais. A DI se caracteriza pela redução significativa das habilidades cognitivas bem como por prejuízos no comportamento adaptativo, o que leva a dificuldades na interação social, na comunicação, no raciocínio e, por consequência, na aprendizagem de modo geral.  Pode se apresentar em níveis variados de comprometimento, e podem ser reconhecidos os níveis leve, moderado, severo e profundo. Cerca de 85% dos casos são leves, podem passar desapercebidos por muitos anos e ser confundidos com outras condições. O instrumento mais adequado para o diagnóstico de DI é a avaliação neuropsicológica.
30 out., 2023
Não é rara a informação dos pais de que “meu filho é muito difícil” para se referir a várias queixas tais como: “ele é muito inquieto”, “ele não obedece”, “ele não faz o que a gente pede”, “ele cria problemas em vários locais, inclusive na escola, “quando pedimos alguma coisa para ele, a primeira resposta é “não”, “ele não aceita combinados”, “ele só faz o que ele quer” etc. Evidentemente, algumas condições tais como o Transtorno Opositor Desafiador e a Hiperatividade devem ser consideradas e identificadas corretamente para que possam ser tomadas medidas que visem a minimizar as inadequações presentes. No entanto, tenho atendido inúmeras crianças que, apesar de apresentarem queixas como as mencionadas, não preenchem os critérios necessários para definir um diagnóstico definido. Quero chamar a atenção aqui para a existência de “crianças difíceis” que, simplesmente, têm comportamentos que podem realmente incomodar, mas que não tem têm necessariamente “um diagnóstico”. Ainda que não se identifique uma condição específica, intervenções como terapia psicológica e orientação familiar podem reduzir significativamente os comportamentos ditos “difíceis”.
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